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POSTADO EM 27/06/2022 - 22h29

Santa Casa de Atibaia passará por reestruturação após demissão de Takao Watanabe

Prefeito Emil Ono concedeu entrevista explicando os planos do governo municipal após mudança administrativa

Armando Teixeira Junior

A Prefeitura de Atibaia anunciou nesta segunda-feira (27) o pedido de demissão do interventor da Santa Casa, Lauro Takao Watanabe e criação de um plano de ação para reestruturar o local.

O comunicado veio através de uma coletiva de imprensa com o prefeito Emil Ono e a Secretária de Saúde Grazielle Bertolini, no Fórum da Cidadania.

A notícia do pedido de renúncia do interventor Takao Watanabe, e sua substituição por uma comissão, acontece em um momento em que a população tem reclamado sobre a falta de atendimento médico adequado no sistema público de saúde do município, com grande repercussão de reclamações nas redes sociais e manifestações públicas de vereadores sobre o assunto.

Durante a coletiva Emil foi enfático ao discordar de críticas que o governo municipal tem recebido em relação ao atendimento público de saúde, em especial na Santa Casa.

"Nós reconhecemos que temos dificuldades dentro da Santa Casa, mas posso afirmar que é uma coisa muito pontual, porque quando a pessoa coloca na rede social que a administração não está fazendo nada para a saúde ...eu sou obrigado a discordar! No ano passado perdemos o ano todo correndo atrás da Covid e este ano já estamos dando início a ampliação do posto de saúde do Imperial que será o maior da cidade, estamos iniciando a construção do posto do Tanque, também no bairro da Usina... temos a central de teste onde já testamos 6 mil pacientes, então fizemos muita coisa mesmo.” Declarou.

Emil também afirmou que a renúncia de Takao Watanabe foi por motivo de saúde, e não seria, portanto, uma troca gerada por insatisfação na atual administração da Santa Casa.

“O interventor pediu exoneração por conta da saúde dele e nós concordamos, então a partir de amanhã começamos com novas ações na Santa Casa. Hoje, o pronto socorro infantil é muito maior que o pronto socorro adulto lá embaixo, entretanto o atendimento em cima é muito menor que embaixo, então nós vamos inverter. O PS adulto vai para cima e o infantil vai para baixo. Além disso, onde tem o estacionamento na parte de cima nós vamos criar uma nova estrutura lá para poder desafogar os demais departamentos." Afirmou o chefe do Executivo.

Estrutura física da Santa Casa não suporta atual demanda

A Secretária da Saúde Grazielli Bertolini reforçou em suas falas a necessidade de melhorar a estrutura física da Santa Casa que não cresceu no mesmo ritmo do município.

“A Santa Casa de Atibaia foi projetada na década de 30, 40 e a população daquela época não é a população atual, nós temos problemas importantes na estrutura física que compromete o atendimento. A Santa Casa tem hoje cerca de 50 leitos, então estamos falando de um hospital com cerca de 50 leitos. É bem abaixo das necessidades do nosso município. Esta gestão vem trabalhando na resolução do problema que requer uma estrutura maior e melhor que consiga ser efetiva para o nosso município. É importante dizer que a Santa Casa está sobre intervenção há 20 anos e que o objetivo do interventor é sanar os problemas e devolver o hospital para a iniciativa privada.”

Ainda sobre a estrutura física da Santa Casa, Grazielli ressaltou que já foi realizada uma expansão de leitos no prédio e que devido a pandemia de Covid-19 o Município assumiu responsabilidades que eram do Estado.

“Hoje nós temos uma Santa Casa que atende 12 mil pessoas na porta e média de 370 internações mensais. Na avaliação de satisfação, internação, enfermaria, maternidade e uti, os nossos pacientes têm mais que 80% de satisfação. Os nossos problemas estão lá fora, com estrutura física deficitária, nós estamos com uma operação de logística interna ampliando mais 10 leitos de observação no pronto socorro, estamos reestruturando protocolos para refino da assistência para melhorar a abordagem, já que o acolhimento é fundamental para o serviço social, primeiro contato. Não podemos esquecer que na pandemia Atibaia foi pioneira na expansão de leitos. O Município assumiu responsabilidades que eram do Estado ou da União para não deixar a população desassistida.” Afirmou a secretária.

Santa Casa custa 41 milhões para a Prefeitura

Diante das reclamações constantes de que falta atendimento médico no município, Grazielli seguiu o discurso do Prefeito Emil Ono, e afirmou que não admite protestos que afirmam que “ A Saúde de Atibaia pede Socorro”.

“Nós estamos com problema com a mão de obra médica, que tem uma concorrência desleal do mercado com oferta de salários. O município custeia 80% do hospital e o restante é estadual e federal. O custo para a Prefeitura é de R$ 41 milhões. As necessidades são muitas, mas o recurso é finito, precisamos investir na saúde mental, etc.  Não posso admitir que a "Saúde de Atibaia pede socorro" depois da gente investir 9 milhões para contratar 100 profissionais da saúde. Quero que vejam na região qual o município que mais investiu em saúde na contratação de pessoal. Não posso admitir que tudo que fizemos na em cobertura vacinal, zerar fila da reabilitação, parcerias institucionais sejam diminuídas por conta dessa crise que estamos vivendo em relação a acolhida de PS, a estrutura física, conforto no ambiente que é tão importante.” Defendeu.

Como fica a gestão da Santa Casa após a saída de Takao Watanabe

Na coletiva também foi explicado aos profissionais de imprensa presentes como será a nova gestão administrativa da Santa Casa.

“O processo de intervenção nós definimos que será feito através de uma comissão técnica através da secretaria municipal da saúde, porque a responsabilidade é nossa, a gestão da Santa Casa não pode ser apartada da Secretaria da Saúde, então a comissão será formada por servidores efetivos de carreira para contribuir na gestão e na tomada de decisão. Então, além dos novos interventores, nós temos a reestruturação imediata do pronto socorro, a criação de novos leitos de observação, as organizações estratégicas assistenciais na porta para garantir a uniformidade do atendimento mediante as áreas de maior procura no PS.” Explicou Grazielle.

Gestão da Saúde em tempos de Covid

Para concluir, a Secretária recordou que existe o problema de uma forte demanda de recursos médicos por conta da pandemia de Covid-19, que não acabou e ainda sobrecarrega os atendimentos.

“E não podemos esquecer que a pandemia não terminou, a procura dos sintomáticos respiratórios está em todos os serviços, e nós estamos tendo retaguarda da saúde suplementar, embora Atibaia tenha 40% da sua população com saúde suplementar em duas portas de urgência e emergência privada, essas portas não testam mais seus pacientes, que vem para dentro do sistema único de saúde. Uma iniciativa pioneira nossa foi implantar o atestado sanitário, hoje nosso munícipe que tem sintomas leves, que não necessitam de atendimento médico, eles estão recebendo o atestado sanitário que permite que eles se isolem e que diminua a transmissibilidade. Nós estamos acolhendo a queixa da população, da sociedade civil e mostrando algumas respostas, mas em saúde pública nós não temos resultados imediatos, imediatamente vamos fazer algumas mudanças gerenciais lá dentro para que tenhamos um controle maior sobre a gestão da instituição. Na quarta feira a gente já deve estar funcionando a célula de testagem e o acolhimento dos sintomáticos gripais na Santa Casa e a expansão dos leitos. As outras mudanças requerem um pouco mais de tempo e de investimento em informação e capacitação. Se temos problema ainda com servidores que tem o trato difícil, supervisores ríspidos... é porque também faltou investimento em informação e capacitação. Nosso servidor é uma pessoa comum que precisa de treinamento e capacitação.”

O Prefeito Emil Ono afirmou que após um período de avaliação de 30 dias, uma nova coletiva de imprensa será marcada para informar o andamento das iniciativas de reestruturação da Santa Casa.

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