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POSTADO EM 23/10/2019 - 20h47

Conheça o Atibaia Super Chargers, time de futebol americano que está nas quartas de final da divisão

Em Atibaia, o time começou com uma brincadeira entre amigos que eram fãs do esporte que cresce em todo o país. Domingo a equipe atua contra o “Caniballs” de São Paulo em rodada eliminatória

Armando Teixeira Junior

Você já ouviu falar de Futebol Americano? Você sabia que Atibaia tem um time e que ele se chama “Atibaia Super Chargers”?

Parecido com o Rugby, à primeira vista o jogo parece violento, com muito contato físico e pancadas a todo momento. Mas basta conhecer um pouco as regras para perceber que o Futebol Americano é na realidade um jogo de muita estratégia, mais parecido com o xadrez do que com o MMA.

O Futebol Americano é o esporte predileto nos Estados Unidos e sua liga profissional a NFL, está à frente por exemplo das poderosas NBA (basquete) e MLB (beiseboll) e o interesse mundial no esporte não para de crescer. O Brasil é um dos mercados consumidores que mais crescem e já é o terceiro país com maior interesse no Futebol Americano atrás apenas de México e dos E.U.A.

Atualmente a NFL é transmitida por aqui com exclusividade pelos canais ESPN. Tamanho interesse fez com que amantes do esporte se organizassem para a criação de times e ligas nacionais, que mesmo com poucos recursos vêm crescendo por todo o Brasil.

Em Atibaia não foi diferente.

“A ideia de jogar surgiu em uma brincadeira entre amigos no estacionamento da faculdade. Brincando de passar bola. Fomos assistir ao treino de um time de outra cidade, não parecia impossível a ideia de jogar o Futebol Americano, mas ter que viajar para outra cidade duas vezes por semana, era bem complicado para todos. Então resolvemos montar um time em Atibaia,” conta o Coordenador de Defesa e Diretor do Atibaia Super Chargers, José Renato Regoli.

No início a formação do time aconteceu com um convite simples e aberto a todos:

“Chamem todos seus amigos que curtam Futebol Americano e tenham vontade de jogar, temos um campo pra treinar” e foi assim no ‘boca a boca’ que a primeira base do time foi formada. Com o tempo as redes sociais ajudaram na divulgação”, explica Renato, que é também Coordenador de Tecnologia da Informação e assim como todos os outros jogadores e entusiastas do futebol americano no Brasil divide seu tempo entre a paixão pelo esporte e o trabalho do dia-a-dia.

O time hoje possui dois locais para treinos e jogos: o campo atrás do “Ginásio de Esportes Elefantão”, chamado pela equipe de “Big Elephant Stadium” e o Campo de Futebol “Manoel Gomes La Torre”, no Atibaia Jardim, onde acontecem os mandos de jogos da equipe.

O time tem o apoio da Prefeitura de Atibaia com transporte, inscrição na liga e a disponibilização dos campos para treinos e jogos. Alguns patrocinadores, dentre eles a UNIFAAT, ajudam com a compra de equipamentos e outros custos que aparecem no decorrer do ano.
Hoje, mais estruturado, o Atibaia Super Chargers conta com 50 atletas, todos registrados para a participação no Campeonato Paulista, na Conferência Caipira. Uma vez por ano é organizada uma seletiva para a inscrição de novos atletas que queiram se juntar à equipe.

O time está nos Playoffs (rodadas eliminatórias) deste ano da Conferência Metrópoles e enfrenta no próximo domingo, dia 27, pelo Wild Card 2 (quartas de final) a equipe Caniballs da cidade de São Paulo. O jogo acontece às 10:00 no campo do Atibaia Jardim, “Manoel Gomes La Torre”, na Av. Dr. Joviano Alvim, 1273.

Para entender melhor e torcer pelo Atibaia Super Chargers....

Se você ficou interessado em saber como funciona o Futebol Americano e quer entender as principais regras, recomendamos a leitura desse material preparado pela ESPN.

Mas é necessário entender que o que vemos na televisão não é exatamente o mesmo esporte que assistimos nas ligas amadoras. Existem regras e adaptações.

O esporte amador no Brasil sempre esbarra em limitações, dentre elas a mais comum é de estrutura. E no futebol americano não é diferente. Para que possa ser jogado como vemos na liga profissional americana, a NFL, são necessárias diversas precauções que vão desde a vestimenta completa com protetores de articulações, peitoral e capacete, até uma estrutura médica adequada em caso de contusões ou traumas mais sérios como concussões. Tudo isso é muito caro e foge da realidade da maioria das equipes amadoras (e até profissionais) no Brasil. Por isso existe a modalidade “flag” que limita o contato entre os jogadores através de uma regra simples. Pequenas bandeiras são penduradas em um cinto e ao adversário basta “roubar” uma dessas bandeiras do jogador que está com a bola para ter o mesmo efeito do “tackle” que seria a trombada que derruba o atacante.

 

José Renato Regoli, diretor do Atibaia Super Chargers também falou com o Portal Atibaia News sobre a organização do Futebol Americano no interior de São Paulo e os desafios da equipe.

Sobre como está organizado o futebol americano no Brasil, quais são as "ligas" e em qual delas o Super Chargers participa

Hoje, pelo esporte ser na sua maioria amador aqui no Brasil, existem algumas ligas pelo país, separadas por modalidade. Full Pad, Flag 8x8 e Flag 5x5. Nós, hoje, jogamos o Flag 8x8 e disputamos o Paulista de Flag da APFA (Associação Pró-Futebol Americano). Um torneio com 2 conferências, Metrópoles x Caipira. Cada uma com 16 times. E no final do torneio, os vencedores de conferência se enfrentam no “Sampa Bowl”, formato semelhante ao da NFL com o Superbowl.

Sobre a limitação de equipamentos de proteção em relação aos utilizados na NFL e as principais adaptações nas regras para garantir a segurança dos atletas.

A modalidade Flag 8x8 se baseia no Full Pad, só que ao invés do tackle (empurrão que derruba o adversário), nós tiramos a Flag (bandeira pendurada na região da cintura). Com isso o contato físico é reduzido, mas ainda existe na maior parte do jogo. O único equipamento de proteção que é obrigatório no 8x8 é o protetor bucal, afinal ninguém quer perder os dentes, sem querer, no fim de semana.

Sobre o aumento do interesse pelo futebol americano no Brasil.

A internet veio para quebrar barreiras, então hoje em dia é mais fácil de se acompanhar um esporte diferente, e depois que você conhece e entende não tem como não gostar. O Brasil é hoje o 3º maior público da NFL no mundo, atrás do México e dos EUA, claro.

Sobre a equipe técnica e os destaques do time.

No Futebol Americano os técnicos são separados por time de ataque e time de defesa, cada uma com seu respectivo treinador. Nosso técnico do Ataque é o Lucas Teixeira. Eu sou o Técnico da Defesa

Temos muitos jogadores bons e todos os anos aparece um novo destaque, mas nosso Quarterback (Rafael “Dangos” Castro) é um jogador diferenciado, com uma leitura muito rápida e um braço calibrado. E quando necessário faz ótimas corridas pra Touchdown (pontuação máxima do jogo).

Sobre a dificuldade de estrutura em preparar o campo de jogo e a adaptação das balizas de field goal (uma espécie de trave alta de cada lado do campo)

Nós mesmo fazemos todo o trabalho de pintura do campo e montagem das traves. Na nossa modalidade o field gol é 60cm mais estreito e 50cm mais baixo. O que deixa a dificuldade semelhante ao full pad.

Para encerrar uma curiosidade, o nome do time e suas cores foram inspirados no San Diego Chargers (atual Los Angeles Chargers). A torcida sempre cantava uma canção antes dos jogos que chamava o time de “Super Chargers”. A troca de “San Diego” por Atibaia, teve uma boa sonoridade e como todos os integrantes gostavam da música surgiu de uma vez o nome do time, as cores e o hino da torcida.

Acompanhe o Atibaia Super Chargers através do Facebook: https://www.facebook.com/Atibaiasuperchargers/

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