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POSTADO EM 21/08/2020 - 17h06

Fabiane Santiago fala sobre o despejo ilegal de resíduos no Córrego do Onofre

Caetetuba, Jardim Imperial, Jardim Cerejeiras e Nova Atibaia são alguns dos bairros que tiveram interrupção no abastecimento. Segundo SAAE, até o momento, não há comprovação de qual empresa foi responsável pelo crime ambiental

Armando Teixeira Junior

Muitos leitores encaminharam ao Portal Atibaia News reclamações e denúncias sobre o mais recente despejo ilegal de resíduos no Córrego do Onofre, que gerou grande repercussão   entre munícipes que ficaram com o abastecimento de água temporariamente suspenso de surpresa.

O SAAE já havia se pronunciado através da nota oficial abaixo:

“A SAAE Atibaia esclarece que, mais uma vez, ontem dia 20 de agosto de 2020, houve a necessidade de interrupção emergencial no fornecimento de água em alguns bairros da cidade devido a paralisação da captura do recurso hídrico no Córrego Onofre. Contudo, atualmente, o abastecimento já foi restabelecido por completo.

Infelizmente, mais uma vez, ocorreu o despejo ilegal de resíduos industriais no entorno do Córrego do Onofre. Até o momento, não há comprovação de qual empresa foi responsável pelo crime ambiental que alterou a qualidade do manancial causando mortandade de peixes, gerando assim a necessidade de fechamento da saída dos reservatórios da ETA-III.

Anteriormente, empresas da região cometeram o mesmo delito, o que gerou denúncia na Cetesb, Prefeitura Municipal e Vigilância Sanitária, além de abertura de inquérito no Ministério Público.”

O Portal Atibaia News, após contato com a Assessoria de Comunicação do SAAE,   conseguiu falar com exclusividade com a superintendente Fabiane Santiago que se prontificou a atender nossa equipe.  Abaixo alguns dos assuntos esclarecidos, que geravam muitas dúvidas junto aos moradores dos bairros atingidos.

A população pode se sentir segura com a qualidade da água após a liberação de detritos? O processo de descontaminação da água é 100% eficiente?

Graças a atenção dos nossos técnicos, a denúncia de moradores, e acho até de Deus que nos guarda, tivemos o acesso à informação da presença desse material que causa a contaminação, que se apresenta como uma “nata” por cima da água e é visível. Nesses casos o SAAE suspende a captação, ou seja, a água não entra para tratamento, e por medida de segurança nós descartamos toda a água dos filtros. Fazemos o monitoramento da qualidade até ter a garantia de que a água que será disponibilizada para consumo não tem nenhum tipo de contaminação. 

Portanto não existe o tratamento da água contaminada, ela é toda descartada, por isso avisamos a população da necessidade de interrupção do abastecimento.

Quais medidas foram tomadas para apurar os culpados?

Não é a primeira vez que isso acontece, nós já tivemos outros episódios, inclusive temos agora 3 processos caminhando no Ministério Público por denúncia nossa. Temos boletim de ocorrência do dia 05 de agosto e, também de ontem. Foi instaurado inquérito civil para apurar os culpados e à medida que for identificado, o culpado sofrerá todas as sanções pertinentes, seja a cassação do alvará de funcionamento, seja por crime ambiental.

Sobre os boatos nas redes sociais e grupos de Whatsapp onde é citado o nome de uma empresa de plásticos como a responsável.

Infelizmente nesse momento político as pessoas acabam colocando inverdades nas redes sociais com o objetivo de prejudicar a imagem do SAAE. Tem circulado que nós sabemos quem foi a empresa e que seria uma empresa de plásticos a responsável pela contaminação e que a Prefeitura tem sido omissa em punir essa empresa. Primeiro que não existe certeza nenhuma do envolvimento dessa empresa, o que temos é uma denúncia anterior de descarte irregular. Essa empresa fez a regularização perante a CETESB, e tem uma medida de autorização de funcionamento. Muito provavelmente não foi essa empresa que fez o lançamento porque o material do descarte do dia 05 de agosto não é compatível. Essa empresa está se regularizando e já foi penalizada pela prefeitura com a cassação do alvará, e agora está trabalhando de maneira a buscar sua completa regularização.

Como está o andamento das investigações para apurar os responsáveis e qual a atuação do SAAE nesse processo?

Existe sim investigação em andamento, tanto no Ministério Público quanto na delegacia de polícia, porque é sim um caso de polícia. A Prefeitura, junto ao SAAE e a Cetesb, tem também realizado um trabalho investigativo fazendo o levantamento das empresas nas margens dos rios e dos tipos de produção dessas empresas. Na próxima semana será realizada uma força tarefa de visita a essas empresas junto a Prefeitura que têm o “poder de polícia” para colaborar com as investigações e tentar identificar os responsáveis. Nós não estamos parados, mas não podemos levantar informações equivocadas que possam prejudicar empresas sem ter a certeza do fato.

A população pode colaborar realizando uma denúncia que ajude a identificar crimes ambientais como esse? Para quem deve ser realizada essa denúncia?

Alguém que more no entorno dos córregos que perceba uma movimentação, um descarte irregular ou mesmo uma mancha na água do rio... quanto mais denúncias, mais fácil de identificar os culpados. Pode ligar diretamente para o SAAE, para a Polícia através do 190, para a Polícia Ambiental, para a Prefeitura através dos canais de ouvidoria, fazendo inclusive uma denúncia anônima. Para o SAAE é fundamental saber o quanto antes sobre um possível descarte irregular para que seja cessada a captação. A população deve ficar tranquila porque o SAAE monitora a qualidade da água o tempo todo e não existe o risco do abastecimento de água contaminada. O SAAE inclusive realiza as interrupções nos abastecimentos para evitar que isso aconteça. A população deve denunciar sempre porque é um crime.

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