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POSTADO EM 09/09/2020 - 15h02

Entrevista com o pré-candidato a Prefeito Emil Ono

Em entrevista exclusiva o atual vice-prefeito fala sobre a carreira política, o legado de seu pai Takao Ono e os projetos que gostaria de realizar na cidade de Atibaia.

Armando Teixeira Junior

Emil Ono, o pré-candidato a prefeito que representa o grupo político da situação, se define como “tranquilo e apaziguador”. Sua trajetória política começou quando seu pai Takao Ono, após 10 mandatos (oito como vereador, um como prefeito e um como vice) o escolheu para ser o sucessor da família na política de Atibaia.

A amizade com o atual prefeito Saulo surgiu há 12 anos, em seu primeiro mandato como vereador. Sempre contou com apoio maciço da colônia japonesa, e hoje diz ter certeza que sua base de apoio se ampliou para todos setores da sociedade.

Ser apontado como candidato da “continuidade” certamente tem prós e contras, nesse sentido Emil diz ter certeza que a cidade de Atibaia melhorou muito nos últimos anos e se diz preparado para assumir o cargo de prefeito caso vença as eleições.

Em uma detalhada entrevista exclusiva ao Portal Atibaia News, Emil falou sobre sua carreira política, as conquistas, os planos para o futuro e sobre o que espera para as próximas eleições.

Vamos iniciar a nossa entrevista falando um pouco sobre o Emil Ono antes de se tornar vereador e vice-prefeito, ou seja, antes de iniciar sua carreira política. Você é bacharel em direito e, também em administração, certo? Pensou em seguir carreira em alguma dessas profissões?

Sim correto. Eu cheguei a seguir sim essas profissões, porque eu fiquei 23 anos no Hospital Novo Atibaia, trabalhei no “contas a pagar”. Quando eu saí do Hospital estava no departamento de convênios e nessa época surgiu a ideia de fazer o curso da SUSEP para ter o credenciamento para comercializar vários tipos de seguros. E eu montei uma corretora, nós éramos em três sócios, dois eram de Bragança. Com o tempo por não poder mais ajudar a empresa, acabei vendendo minha parte para esses dois sócios que seguiram com o negócio. Mas até hoje o nome da corretora é “Ono Corretora de Seguros”.

Ao falar de política com você é impossível não citar o legado do seu pai Takao Ono, até hoje lembrado com muito carinho pela sua atuação política no município. Como era relação do seu pai com os filhos e a família? Você acompanhava a atuação política de seu pai desde cedo?

Meu pai sempre preservou muito a família. Quando nós perguntávamos ao meu pai algum assunto que estava acontecendo na cidade, ele falava: “Vai lá na Câmara Municipal, sobe lá que a gente conversa”.
Em casa, ele não abordava esses temas, sempre preservou demais a família.
Foi um homem que se dedicou de corpo e alma a política, não é toa que ele é lembrado até hoje.
Nessa caminhada que eu tenho feito por aí, é fantástico o reconhecimento. Às vezes eu passo em algum lugar, a pessoa pode ser que não me conheça, mas pergunta:  você é filho do Takao?
Ele conseguiu uma imagem pública muito forte e deixou um legado que não é leve não para carregar, né? É um legado muito grande, então é pesado, mas eu faço com o maior amor, fazendo da melhor forma possível.

E quando você percebeu que realmente queria se dedicar a vida pública?

Quem percebeu foi meu pai. Quando ele estava para encerrar a carreira política, chamou os quatro filhos lá para conversar e falou: “Não quero mais, eu vou curtir os meus netos. Só que eu vou escolher alguém para me substituir.”
Na hora eu pensei que não era eu, mas ele falou: “É você”. Eu abracei essa responsabilidade e hoje eu faço tudo com o maior amor.

E como foi essa primeira experiência ao se candidatar como vereador?

O meu pai me deixou muito tranquilo, né? Quando ele falou “é você” e eu falei “tá bom”, eu queria falar de planejamento, estratégia, organizar tudo... Ele me disse: “Não esquenta a cabeça, pode deixar tudo comigo, só não pode sair brigando pela cidade”.
Eram 90 dias de campanha, com quinze dias passados ele foi hospitalizado, entrou em coma e acabou falecendo.
Na hora eu pensei: “E agora o que eu vou fazer? Estava tudo na cabeça dele o planejamento da minha candidatura.” Tomei uma decisão: Eu vou começar a correr atrás dos amigos do meu pai para pedir ajuda.

Alguma história curiosa dessa época?

Tem uma história que é fantástica! Aí eu consigo entender o tamanho do meu pai.
Lá no bairro da Pedreira, eu passei na casa da Dona Elza e na casa da Yasuko Horie, e pedi para que elas me apresentassem as pessoas daquele bairro. Em todos os locais que eu fui, fui bem acolhido. Aí me marcou demais, uma visita em uma propriedade rural, era a casa da Dona Terezinha, para você ter uma ideia não tinha nem energia elétrica lá.
Quando me apresentei como candidato a vereador e falei meu nome Emil Ono, ela disse: você é filho do Takao?Respondi que sim. Ela me falou:
“Está vendo aquela árvore que tem um banquinho de madeira embaixo? Toda segunda quarta-feira do mês, seu pai vinha sentar ali embaixo comigo, com meu marido.... ele come doce de laranja que eu faço, toma o meu cafezinho no fogão a lenha... “proseia” aqui meia hora e vai embora”.
Imagina o tamanho desse homem? O carinho que ele tinha para as pessoas que estavam mais distantes... são essas pessoas que realmente precisam do poder público. A história do meu pai daria para escrever um livro.

Como você avalia sua primeira gestão como vereador de 2009 a 2012?

Na verdade, eu acho que a primeira gestão foi um mandato de muito aprendizado, mas de muita construção de coisa boa... aí eu vou remeter a 2009, quando eu e o Saulo, nós éramos os mais jovens da Câmara Municipal,  apesar da diferença de idade entre ele e eu, nós éramos os mais jovens.
E a gente conversava muito sobre Atibaia e não concordava com a maneira que o grupo político que estava no poder administrava a cidade. Falávamos muito sobre a mobilidade urbana e da necessidade que existia de mudar, de equilibrar a cidade.
Principalmente quando ouvíamos comentários muito desagradáveis de pessoas que separavam a cidade e falavam de modo pejorativo: “Do outro lado da Fernão Dias” para se referir aos bairros do Imperial, Caetetuba, Cerejeiras, etc... E isso incomodava demais.
Foi daí que nasceu nosso projeto político, que mais tarde saiu vitorioso, e que mostrou para a cidade toda a disposição que nós temos de trabalhar para melhorar a vida das pessoas. Então o primeiro mandato foi bom para conhecer o que era ser Vereador, pois como eu disse meu pai não falava disso comigo.
E foi muito bom! Eu acho que essa formação em Direito, me ajudou fazendo bastante, pois quando você se depara com um projeto de lei, fica um pouco mais familiarizado e preparado para atuar.

Depois você teve um segundo mandato como vereador, de 2013 a 2016. Nos dois mandatos você ocupou por um ano o cargo de presidente da Câmara dos Vereadores. O que a experiência de 8 anos no legislativo te ensinou sobre a vida pública?  Como vice-prefeito você pôde conhecer e desempenhar um papel diferente. Na sua opinião quais as diferenças entre o poder legislativo e o poder executivo?

Na verdade, eu tive uma passagem no segundo mandato de vereador, no primeiro mandato do prefeito Saulo, como Secretário de Governo, e tudo passa por lá.
Foi uma secretaria chave para passar a conhecer o poder executivo. Desde essa época eu sentava muito com o Saulo para discutir a cidade.
E todos sabem que o Prefeito Saulo tem uma personalidade bem forte, então a gente discutiu muito, sempre com muita lealdade e respeito. Por vezes ele notava que eu estava certo, recuava e acatava minhas ideias. E depois veio o mandato como vice-prefeito.

E como você sentiu essa diferença entre os poderes Legislativo e Executivo?

A diferença entre o Poder Legislativo e o Poder Executivo é brutal.
Sempre falo para a pessoa que pretende ser candidato a vereador, que o poder “Legislativo”, deve lembrá-la sempre das “leis”, porque é isso que você vai fazer. O Vereador vai apresentar a propositura, vai estudar as proposituras, votar favorável ou contra... Fora isso compete ao Poder Legislativo fazer a fiscalização do Poder Executivo.
Já no Executivo é onde as coisas acontecem, lembre-se de “executar”. A situação do vereador é muito restrita à questão de legislação e fiscalização, e o executivo é o que faz as coisas acontecerem.
Mas lembrando que muitas ações só aconteceram na cidade graças ao poder legislativo, que entendeu a necessidade, dos projetos e votou favorável para que eles acontecessem. Então tem que deixar registrado aqui a importância da Câmara de Vereadores.

Vamos falar de sua parceria com o atual prefeito Saulo Pedroso. Como você conheceu o prefeito Saulo e como foram esses anos de trabalho juntos?

Conheço o Saulo antes de ter me tornado vereador, mas foi lá na Câmara Municipal que nós nos identificamos quanto a questão de discutir a cidade, dos rumos que ela estava tomando e a forma como era administrada.
Todo mundo sabe, que nós somos totalmente diferentes no temperamento.
Eu sou mais calmo e diplomático, o Saulo é mais “ativo” e por vezes acaba até “explodindo” mais do que eu. Por isso eu acho que essa mistura de um temperamento mais explosivo com outro mais apaziguador deu certo. Fizemos uma bela dupla.

Apesar do temperamento diferente, nós temos o mesmo o carinho, o mesmo olhar para com a cidade, nisso sempre fomos muito parecidos, e à partir daí aconteceu tudo que tem acontecido na cidade.
Eu agradeço a Deus por ter encontrado uma pessoa como o Saulo, um cara batalhador e honesto que não mede esforços para mudar a vida das pessoas.

Na sua opinião quais foram suas maiores conquistas políticas até o momento?

Não sei se seria uma conquista política, mas me orgulho de responder de forma positiva ao legado que meu pai me deixou.
O homem público por vezes é massacrado, não é bem avaliado. Eu nunca tive esse problema, seguindo o exemplo que meu pai me deixou de ser um homem com uma conduta honesta e íntegra.

Algum arrependimento? Algo que gostaria de ter realizado e não conseguiu?

Não. Acho que nós fizemos muita, mas muita coisa pela cidade; e sempre fruto de planejamento e organização financeira. Nenhum arrependimento com certeza. Se nós fizermos uma comparação da cidade que nós pegamos em 2013 e a cidade que estamos entregando em 2020... não têm comparação, são muitas mudanças positivas.

Como você vê o cenário político municipal hoje? Acha que a polarização direita/esquerda que influenciou o resultado das eleições presidenciais vai trazer algum tipo de influência ao eleitorado do município?

Eu acho que é um cenário completamente diferente. Até quando me perguntam se eu tomo “cloroquina” ou “Tubaína”? Respondo que sou da turma que trabalha. Não sou “Bolsonarista”, também não sou pró Lula. Em Atibaia, eu quero fazer o melhor pela cidade e nem acho que essa discussão que existe a nível federal e estadual irá mudar o cenário eleitoral aqui. Meu objetivo é continuar seguindo o mesmo caminho, focado em Atibaia e na disposição de mudar e melhorar a vida das pessoas.

Estamos vivendo um momento inédito na história com a pandemia do Covid-19. As pessoas estão certamente mais reflexivas e atentas. Você acha que o eleitor será mais exigente na sua escolha também por causa desse cenário?

A campanha é totalmente diferente, porque aquela que a gente está acostumado fazer, que é aquela de ter o contato com a população, esse ano vai estar muito tímida neste sentido. Eu acho que vai ser difícil reunir grandes grupos de pessoas para você conversar e fazer sua prestação de contas e apresentar suas propostas.
A rede social, como na eleição de dois anos atrás, terá uma influência muito forte. Mas não acho que a campanha em si será determinante.

Determinante é o trabalho que o nosso governo apresentou à cidade de Atibaia, é inegável a mudança que teve, eu tenho certeza que a população saberá reconhecer o trabalho que foi feito para deixar a cidade no patamar que ela está.

O que você acha da oposição que irá enfrentar nas eleições? Você espera uma disputa acirrada?

Eu posso falar da minha conduta, minha conduta será de respeito com todos os outros pré-candidatos. Nosso grupo nunca partiu para o enfrentamento baixo. Nas duas eleições em que participamos, no primeiro e segundo mandato do Prefeito Saulo, nunca baixamos o nível e não será diferente agora.
O que nós vamos fazer será levar a população a nossa proposta. Quem quiser falar mal, que fale.

Os dois mandatos do atual prefeito Saulo Pedroso foram marcados por grandes obras, muitas delas estão ainda em andamento. Além de ser o candidato da “continuidade” dos projetos, quais são seus principais objetivos para os próximos 4 anos?

Nós nos planejamos e nos organizamos financeiramente e mudamos a cidade na questão “estruturante”:  pavimentação, tratamento de esgoto, estação de tratamento de água, mobilidade.
Como a duplicação, revitalização e a inclusão de uma ciclovia na Gerônimo de Camargo por exemplo. Enfim, preparamos a cidade para que ela possa caminhar daqui para frente e receber grandes empresas. E para que essas empresas possam trazer empregos com boa remuneração aos nossos munícipes.
Nós cuidamos da cidade e no próximo mandato pretendemos cuidar das pessoas, é nosso grande desafio.
Não adianta você trazer grandes empresas para cá,  se a nossa população não está qualificada para poder ocupar esses cargos.

Em uma conversa que tive com algumas pessoas de um Condomínio Empresarial aqui da cidade, foi relatado que 50% da mão de obra do condomínio vêm “de fora”. É muito triste ver que a nossa população não consegue ocupar esses cargos. Investir na qualificação das pessoas.
A outra coisa que não poderemos fugir será a retomada economia. A pandemia causou esse estrago no mundo inteiro e não foi diferente aqui em Atibaia. Então a questão Econômica também será um desafio.

E na Educação? Quais serão os desafios?

A questão dos nossos alunos merece atenção. Eu vejo meu filho em casa estudando de maneira remota, e na verdade ele não será aprovado para o próximo ano, ele vai ser “alçado” ao próximo ano.
Era um planejamento do prefeito Saulo, que algumas escolas começassem a funcionar em período integral no próximo ano. Acredito que não será possível porque teremos que oferecer aos nossos alunos o reforço do ano anterior.
Temos ainda o projeto de trazer uma Fatec para Atibaia, nós já fizemos algumas visitas ao governo do Estado de São Paulo com a proposta de que o Município constrói o prédio e equipa com a ajuda de alguns empresários que serão nossos parceiros, basta o Governo do Estado de São Paulo dar o “ok”.
Visitamos mais uma vez a diretora da ETEC com a proposta de aumentar os cursos que estão disponíveis hoje aqui em Atibaia, nem que a gente tenha que construir um prédio novo para poder aumentar a grade de cursos.
Temos ainda os planos para o CIEM 3. Em frente ao (Condomínio) Jerônimo de Camargo, nós compramos uma área destinada para a Fatec e para o CIEM 3.

Saúde, Educação, Cultura e Infraestrutura, esses seriam os principais alicerces de uma boa administração. Você falou bastante sobre duas delas, a Infraestrutura e a Educação. Quais são seus planos para a Saúde e a Cultura?

Para saúde nosso maior projeto é o Hospital Municipal, provavelmente até o final de 2021, ele estará pronto para ser entregue para a população. Vai ser um divisor de águas, pois a população terá acesso a muitas especialidades, com qualidade no atendimento.
Para a Cultura penso em realizar na cidade algo muito parecido ao FLIP (Festival Literário de Paraty). A cidade de Paraty tem uma logística complicada, uma localização ruim, servida por rodovias de difícil acesso à grandes centros,
A cidade de Atibaia está a 50 minutos de São Paulo e Campinas, próxima as cidades do Vale do Paraíba, Sul de Minas e com acesso fácil a diversos aeroportos.
Esse é um grande projeto que eu quero abraçar. Será um evento que agregará muita coisa para diversos setores: comércio, hotéis, restaurantes, bares todos serão beneficiados, além de fomentar a leitura que é a base de toda boa educação.
Os projetos culturais e oficinas terão continuidade e também teremos uma preocupação com as manifestações folclóricas da nossa região.
Tornar através de um projeto de lei manifestações como Congadas, Cavalhada, Reza de  São Gonçalo, Folia de Reis, algo permanente na cidade e protegido por lei. Inclusive incentivar as pessoas a abraçar essas manifestações.

Na Saúde, pacientes reclamam de falta de remédio nas farmácias dos postos e da demora na marcação de exames e consultas, em especial os pré-operatórios e, também demora na marcação das cirurgias. A pandemia do coronavírus fez a fila pelas cirurgias crescer. Como sua gestão pretende melhorar essa situação?

As questões das licitações para a compra de medicamentos, é que além da demora do processo, as empresas que perdem, acabam por recorrer da decisão e judicializam o processo, o que geram certos atrasos.
Neste ano até por causa da Pandemia de Covid-19, os esforços da saúde se concentraram para combater esse problema. As consultas eletivas foram canceladas, e agora com a reabertura dos postos de saúde os pacientes, mesmo podendo realizar um novo agendamento, não apareceram. A Santa Casa passou de 1000 atendimentos ao dia para 200 pessoas ao dia. As pessoas estão com receio e não há procura pelos serviços de saúde.
Quanto aos medicamentos não podemos trabalhar com uma grande quantidade em estoque. A falta de medicamentos foi pontual.
Quanto às consultas o AME tem dado uma retaguarda essencial ao município. Acredito que as reclamações são pontuais. As marcações de consultas, estão sendo muito rápidas, estamos acompanhando via planilhas e atualmente não existe demora.
Existe um problema em relação aos medicamentos de alto custo, que é responsabilidade do Estado e que muitas vezes o Município acaba adquirindo para suprir a falta do medicamento que não foi enviado.  Nesses casos nós estamos fazendo nossa parte e também a parte do Estado.
Outra questão que acho importante citar, é que durante a pandemia os idosos que fazem uso de medicação continua estão sendo beneficiados por um programa de entrega domiciliar para evitar que eles não precisassem sair de casa.

Atibaia tem uma grande área rural. O que o atual governo fez para auxiliar esse setor tão importante para a cidade?

Com certeza um dos destaques foi a pavimentação das estradas rurais para ajudar o homem do campo no escoamento de sua produção. Bairros do Tanque, Usina, Maracanã, Boa Vista, tem todas as suas principais estradas pavimentadas. Uma boa estrada ajuda demais o homem do campo, por exemplo o produtor de morango não chega com a fruta cheia daquelas “batidinhas” características de quando a fruta bate nos cantos da caixa por causa de uma estrada esburacada.

Neste ano a tradicional Festa das Flores e do Morango teve de ser adiada por conta da pandemia de Covid-19. O que Atibaia têm feito para auxiliar os produtores que certamente estão sofrendo para escoar a produção deste ano? Você acha que algum setor irá precisar de um auxílio emergencial durante a pandemia?

Na agricultura assim que entrou a pandemia, os produtores que mais sofreram eram os que possuíam flores de corte.
A solução que encontramos foi a criação de uma “Feira do Produtor” nos finais de semana em dois locais, no Centro de Convenções e Próximo ao Supermercado “Atacadão”. Foi um sucesso e os produtores pediram para continuar. Além disso nosso governo pretende criar ainda um “Entreposto do Produtor,” um espaço para produtores de flores e fruticultura venderem seus produtos e tornar Atibaia um centro de distribuição para que os comerciantes de toda região não precisem se deslocar para unidades do SEASA de Campinas ou para o Sul de Minas.
Na educação acredito que precisaremos criar um protocolo emergencial para que os alunos possam, no próximo ano, paralelamente recuperar o conteúdo perdido deste ano. Não seria necessariamente um investimento emergencial, mas sim a criação de um programa emergencial.

Em relação a segurança foi notória a evolução de Atibaia e a queda nos índices de criminalidade nos últimos anos. Qual seu papel na criação do GGI e o que você pretende fazer para melhorar ainda mais a segurança no município?

Sempre participei de forma ativa no GGI, mesmo porque o Gabinete de Gestão Integrada tem uma “cadeira” destinada ao Executivo, e sempre fui eu que ocupei essa cadeira e participei das reuniões.
Investimos 11 milhões de reais a mais que o orçamento previsto pela Secretaria de Segurança Pública, na contratação de Guardas Municipais, compra de viaturas, no monitoramento da cidade através da “Muralha Digital”, e nas bases de segurança nos bairros do Portão, Tanque e Jd. Cerejeiras.

Emil, estão sediadas em Bragança Paulista, o Corpo de Bombeiros, Receita Federal, Justiça Federal, Tribunal Regional Federal, Subseção Judiciária, Batalhão da PM e Delegacia Seccional da Polícia Civil. Bragança, em termos populacionais, é um pouco maior que Atibaia. Na sua visão, por que essa distorção, uma vez que o morador de Atibaia muitas vezes tem que se deslocar até a cidade vizinha para ser atendido? O que Atibaia tem que fazer para merecer mais atenção dos governos Estadual e Federal?

Atibaia já fez e continua fazendo. Hoje Atibaia é muito mais próspera que as cidades vizinhas. Talvez o que nos falte é apenas nos organizarmos politicamente e termos um representante na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados.

Acredito que todos da cidade de Atibaia precisam fazer uma reflexão de perceber a importância de ter um representante do Legislativo Estadual ou Federal. Daqui a dois anos fazer o exercício... a lição de casa, para mudar isso aí.
Eu vou dar um exemplo: no primeiro mandato do prefeito Saulo no nosso projeto político, nós tínhamos um deputado federal nos apoiando, o Roberto Santiago e foi feita muita coisa por Atibaia nessa época. Depois disso sem um representante como deputado, como ouvi uma expressão de um colega, a cidade fica “passando o pires” pelas secretarias de estado, pelos ministérios... para ver se sobra alguma coisinha.
As cidades que saem na frente na obtenção de recursos são aquelas com representatividade estadual e federal.

Você ainda se vê como um representante da colônia japonesa? Como você identifica o eleitor que apoiará sua candidatura?

A colônia nipo sempre teve participação na política da cidade. Não à toa a cidade conferiu ao meu pai dez mandatos, o Tominaga, o Araki, o Mario Inui, o Paulinho Shintani, o Akio Matsuda, todos tiveram mandatos. A participação da colônia sempre foi muito ativa.
Tenho certeza que ampliei minha base. Fui o vereador mais votado, quando ainda havia 17 cadeiras com uma disputa muito maior, consegui mais de dois mil votos. Acima de dois mil votos, acredito, apenas eu e o Dr. Vanderley conseguimos como vereador.

Como foi a escolha do candidato a vice-prefeito? Nos fale um pouco sobre o Professor Fabiano de Lima.

Eu estou muito contente de ter um vice como o Fabiano, um cara leal, um parceiro que desde o começo se colocou como um soldado do nosso projeto político. Sempre foi muito transparente e conquistou esse cargo de pré-candidato a vice-prefeito ao meu lado.

Você se sente preparado para ser prefeito de Atibaia? Qual o legado que você gostaria de deixar para Atibaia caso seja eleito prefeito de Atibaia?

Preparado sim, sem dúvidas. Porque eu estou desde o começo do projeto. Fui duas vezes Vereador, duas vezes presidente da Câmara, Secretário de Governo... Participei das decisões que mudaram a cara da nossa cidade. Tive uma trajetória que me permitiu conhecer a fundo nossa cidade. O Legado é esse: seguir transformando a vida das pessoas cuidar das pessoas.

 

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