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POSTADO EM 04/12/2020 - 21h47

Atibaia faz monitoramento de pacientes curados da Covid-19, que podem apresentar sequelas.

Falta de paladar e olfato, dores no corpo, falta de ar, dores de cabeça e outros sintomas podem permanecer após a alta médica.

Por Armando Teixeira Junior

Após quase um ano desde o surgimento da Covid-19, a comunidade científica segue aprendendo como lidar com o vírus e mesmo assim até hoje existem muitas dúvidas que só serão respondidas com o tempo.

Dentre essas dúvidas, cientistas tentam entender por que um percentual considerável de pacientes continua a apresentar sintomas da doença mesmo após estarem curados.

Na cidade de Atibaia a Secretaria de Saúde tem acompanhado os pacientes mesmo após a alta médica, dando especial atenção para os casos em que alguns sintomas persistem.

“Os pacientes usuários do SUS têm retornado às Unidades de Saúde e passado com os médicos que os acompanhavam antes. Alguns médicos têm solicitado avaliação com especialistas quando julgam necessário. Fizemos dois encontros online com médicos da rede para discutirmos sobre essa situação”, afirma a Dra. Rita de Cassia Faria Bergo, médica infectologista da Divisão Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde.

Estudos de diversas Universidades apontam que cerca de 15% a 30% dos pacientes relataram que após a Covid-19 continuaram a sentir alguns sintomas como falta de paladar e olfato, dores no corpo, falta de ar, dores de cabeça. Sendo que alguns deles chega a durar mais de 60 dias.

“De fato os sintomas citados podem permanecer, mas não se sabe ainda se serão permanentes (alterações no olfato e paladar). Os demais sintomas tendem a melhorar com o passar do tempo, inclusive o quadro pulmonar que, na maioria das vezes, regride. Já os casos graves, que ficaram internados em UTI, intubados, têm uma recuperação mais demorada.”

Dra. Rita lembra também que pacientes que ficaram intubados por muito tempo, sofrem com a perda de massa muscular, tanto de musculatura que ajuda na respiração, quanto de musculatura do corpo como um todo, e por isso, desde a UTI é fundamental a fisioterapia.

A Secretaria de Saúde informou também que ainda não existem números oficiais no município sobre pacientes que apresentam tais sequelas; e que as informações que chegam até o momento são de relatos de casos por parte dos médicos e por telefonemas aos pacientes do SUS, mas que esse tema será retomado em breve.

Outro ponto que ainda necessita de mais dados para confirmação científica são os casos de reinfecção, pessoas que desenvolvem pela segunda vez a doença. Em Atibaia não foi registrado nenhum caso de reinfecção até o momento.

“Em relação à reinfecção não temos nenhum caso realmente comprovado. É necessário um intervalo de 90 dias ou mais para que seja considerada essa possibilidade, e cada infecção precisa ter um PCR positivo. Então os dois exames de PCR são reexaminados e é realizado o sequenciamento do genoma (carga genética) do vírus de cada amostra”, explica a Dra. Rita.

A BBC publicou em agosto, portanto 3 meses atrás, uma longa matéria sobre esse assunto e que pode ser conferida neste link 

Foto: Vídeo/G1

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